Reduzir, reciclar e reutilizar, os três R’s que podem fazer uma enorme diferença para o bolso e para o meio ambiente. No Jardim Guanabara III, em Goiânia, tem uma casa que traduz os três R’s em estilo de vida. E essa história começou depois que Marcelo Monteiro foi infectado pela Dengue mais de uma vez. A doença trouxe muito sofrimento e ele decidiu tomar uma atitude para evitar que isso acontecesse com alguém da família e com os vizinhos.

“Eu não conhecia o sofrimento e o transtorno que a Dengue trazia para a gente. E assim que melhorei, eu comecei a chamar os vizinhos para a gente limpar o bairro. Foi quando observei que podíamos fazer algo com o material reciclado”, conta. Segundo Marcelo, a inspiração para os produtos surgiu após uma visita a uma casa de luminárias. “Vi que muitas coisas que tinham lá davam para ser feitas com material reciclado”, diz o artesão.

Relógio feito com disco de vinil. (Foto: Sagres On)

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Na casa do artista plástico tem vários ambientes acolhedores, como a sala de estar. E o melhor: todos os móveis utilizados na decoração foram feitos com materiais reaproveitados. “Esse relógio surgiu de uma forma interessante. Isso foi um disco que eu achei em uma fazenda. Deu para fazer essa linda peça com esse relógio que enfeita a sala de visitas. É um material que foi jogado fora, estava se decompondo com a natureza e aproveitamos para fazer esse relógio”, conta.

Luminária feita com materiais reaproveitados. (Foto: Sagres On)

Lustres feitos com lata de marmelada, tambor e fibra de bananeira; luminária construídas com cone de trânsito e até a moldura do espelho é de material reciclável. Na residência do artesão até as contam histórias. “Eu ganhei alguns tijolos, comecei a quebrar e, de repente, virou essa parede, reciclável e que chama muita atenção, sem ter gastos. É morar bem, viver bem, com material reciclado e respeitando a natureza”.

Paisagista, artista plástico e artesão, Marcelo realiza esse trabalho há mais de 10 anos. Ele conta que a máteria prima para as obras é encontrada nas ruas da capital. “Esqueleto de cadeira, madeira, vidro, borracha, papel, tudo tem serventia. Acho que as pessoas hoje descartam as coisas com muita facilidade na rua e não estão vendo o valor que o material tem para reinventar outro produto que possa usar ou vender e aumentar a renda familiar”, argumenta o artesão.

Transformar objetos velhos em peças novas úteis e bonitas pode ser feito em qualquer lugar. O primeiro passo é começar. “Depois que eu comecei a fazer, a criatividade veio de forma natural, porque não fiz cursos, não estudei em faculdade para desenvolver esses projetos. E está sendo muito importante para mim passar isso para frente, deixar um legado para as pessoas que podem viver muito bem com materiais recicláveis”, conclui Marcelo Monteiro.

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