A primeira edição do relatório “Futuro do Crescimento”, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC), mostrou que o Brasil tem projetos para alcançar um crescimento econômico significativo a longo prazo, levando em consideração a sustentabilidade.

O documento servirá para mensurar o crescimento econômico dos países, considerando em sua conta o PIB per capita e indicadores de quatro áreas: inclusão, sustentabilidade, resiliência e inovação. Ao todo, 107 países foram avaliados em 84 métricas e ganharam notas de 0 a 100.

O Brasil, com nota 55,99 em sustentabilidade e PIB per capita de US$ 16.402 (cerca de R$ 81.000), é considerado um país com renda média alta, no entanto ficou atrás de países como República do Chade (63,78), Jordânia (61,8) e Zimbábue (59,98). A média global é 46,8.

Outros indicadores

O Brasil ficou abaixo da média global sobre a qualidade do seu crescimento nos outros três indicadores analisados pela pesquisa: 55,3 em inclusão (contra 55,9 da média mundial), 51,98 em resiliência (contra 52,8) e 41,8 em inovação, pontuação mais baixa do país e abaixo da média mundial de 45,2.

Segundo o estudo, falta inovação para o Brasil: “a capacidade de absorver e se adaptar a novos avanços tecnológicos, sociais e institucionais”, diz o texto. A ausência de investimentos na área é o principal motivo para o país conseguir um crescimento econômico relevante no longo prazo.

O país ainda se destacou negativamente em barreiras de inclusão, com apontamentos da necessidade de maior distribuição de riqueza, renda e acesso a serviços financeiros. Além disso, marcou zero em igualdade econômica e em termos de polarização política. No entanto, o Brasil se destacou positivamente em recursos hídricos e produção agrícola, ambos com nota 100.

“O Brasil aparece com um resultado mediano (na pesquisa), insuficiente para garantir o crescimento econômico robusto no futuro”, afirma o diretor do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral (FDC) e um dos responsáveis pela avaliação do Brasil no estudo, Hugo Tadeu.

Em entrevista ao portal Terra, Hugo apontou que os resultados não destoam muito da média global, mas demonstram a necessidade de que o país se debruce no aprimoramento destas áreas.

“Esses resultados devem ser aprimorados, por meio de políticas públicas e estratégias organizacionais, para potencializar o crescimento sustentável diante de novas tendências emergentes”.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 12  Consumo e Produção Responsáveis; ODS 13  Ação Global Contra a Mudança Climática; e ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Fortes.

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