Em Goiás mais de quatro milhões e seiscentas mil pessoas estão aptas a votar para definir os prefeitos e vereadores de 246 municípios do estado nas eleições de 2020. Vale lembrar que o pleito deste ano foi adiado para o mês de novembro, por conta da pandemia do novo coronavírus.

Há pouco mais de dois meses do pleito o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) já está se preparando. Nesse ano haverá algumas mudanças no processo de votação, por causa da pandemia.

O Debate Super Sábado (22) desta semana ouviu o José Carlos da Silva, assessor de governança e estratégia do TRE,que falou sobre as medidas que foram tomadas para as eleições 2020.

De acordo com o José Carlos da Silva a principal delas é a decisão de não utilizar a biometria na identificação dos eleitores, com o objetivo de evitar a disseminação da Covid-19 pelo contato.

Com a proibição de uso do sistema biométrico, a identificação poderá ser feita por meio de documento oficial com foto ou pelo aplicativo e-Título. O programa também poderá ser usado para fazer a justificativa de quem não puder votar. Além disso, serão adotadas uma série cuidados com a higiene.

“Já está definido a presença dos EPIs, que são os equipamentos de proteção individual para o dia da eleição. Será composto para os mesários com máscaras cirúrgicas e com álcool gel. Também haverá álcool gel nas sessões para os eleições, álcool líquido para que seja borrifado, fitas zebradas de demarcação e uma bandeja onde as pessoas colocarão os documentos, para haver contato por parte do mesário”, destacou o assessor.

José Carlos também ressaltou que nesse momento o mais importante é a “sensibilização dos eleitores para que procurem evitar os momentos de aglomeração” no dia do pleito. Haverá orientações para os eleitores nos locais de votação para que as filas não gerem aglomerações.

Outra preocupação é com a seleção dos mesários, pessoas que fazem parte do grupo de risco não serão convocadas. José Carlos explicou como eles estão sendo selecionados.”Já temos cerca de 4 mil mesários convocados. Essa convocação é feita por edital, por cada zona eleitoral, por cada juiz eleitoral. Então vai existir um padrão nisso, diferente de outros anos. Alertando para essa possibilidade que o grupo de risco não participe da atuação como mesário”.

Por conta da pandemia, os mesários passarão por um treinamento específico, que devem começar no início do mês de setembro. “Vamos ter uma eleição totalmente atípica, tudo é muito novo para nós. Então eles (os mesários) serão orientados no aspecto de serem bem rigorosas em relação ao cuidado que se deve ter no dia da eleição” explicou.

Além das novas medidas adotadas para o dia do pleito, a campanha eleitoral também será diferente, sem o corpo a corpo entre candidatos e eleitores. As campanhas serão realizadas por meio das redes sociais e plataformas online. José Carlos afirmou que nesse sentido o foco das fiscalizações na internet eram as fake news, mas com esse novo modelo de campanha a fiscalização se intensificará.

Para evitar que candidatos desrespeitem as normas e insistam em fazer aglomerações o tribunal também ficará atento as campanhas presenciais.

“Haverá uma fiscalização principalmente com os órgãos de vigilância sanitária no intuito de evitar as aglomerações já determinadas por autoridades locais, seja ela estadual ou municipal. Então nós vamos dar ênfase sim e fazer com que a eleição não seja o motivo de disseminação de coronavírus. Ao contrário, que as pessoas exerçam a cidadania, mas com protocolo de segurança bem rígido”, finalizou o assessor.

Há ainda a possibilidade de estender o período de votação por mais 1h – finalizando o horário às 18h e não às 17h, porém, essa situação ainda não está definida.

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