A partir deste domingo (2), Atlético Goianiense e Goiás iniciam mais uma decisão do Campeonato Goiano. Há duas décadas estabelecidos como as principais forças do futebol goiano atual, rubro-negros e alviverdes protagonizam a 10ª final em 18 anos. De toda forma, a rivalidade entre campineiros e esmeraldinos não é recente.

Entre 1985 e 1991, as equipes disputaram diretamente cinco de sete campeonatos. Na ocasião, o Atlético encerrou um jejum histórico sem vencer o torneio estadual. 15 anos separaram a conquista de 1985 do título anterior, em 1970. O tabu só não é maior do que os 19 anos de distância entre as taças de 1988 e 2007.

A exemplo da vitória de 2007, o campeonato de 1985 também serviu para os atleticanos voltarem a disputar com o rival. Célio Gaúcho, importante lateral-esquerdo do futebol goiano nos anos 80 e 90, é um dos principais personagens da época, e viveu muita dessas disputas. Inclusive, protagonizou uma das grandes polêmicas do período.

“A rivalidade já era grande contra o Goiás, e ficou cada vez mais acirrada. Disputamos contra vários anos seguidos, e é o que está acontecendo agora também. A rivalidade era grande demais, ainda mais quando conquistamos o título em 85 e começamos a firmar nesse patamar de disputar os títulos”, relembrou.

Célio Gaúcho
Grande lateral-esquerdo do futebol goiano nos anos 80 e 90, Célio Gaúcho foi um dos principais nomes do Atlético no histórico título de 1985 (Foto: Arquivo Pessoal)

O fim do jejum

Apesar do apelido ‘Gaúcho’, Célio é natural de Orleans (SC), e começou a carreira profissional no próprio Atlético, naquele mesmo ano de 1985. Hoje com 57 anos, o ex-jogador relembrou com carinho a formação rubro-negra, responsável por encerrar o maior período sem título da história do clube até então.

“Desde o início do campeonato vinha essa cobrança de que o Atlético não vencia há 15 anos. Ficamos muito contentes não só porque foram 15 anos de espera, mas porque envolveu todos. Também ficou marcado fazer parte dessa geração que conquistou o primeiro título do Atlético no Serra Dourada”, destacou.

Além de Célio Gaúcho, o time comandado por Índio contou com grandes jogadores. O goleiro Leonetti era o líder da defesa, que tinha Marinho, Nogueira e Dick. No meio-campo, Nélio, Marçal e Palhinha foram os principais nomes, enquanto Bill e William formaram um ataque poderoso. Osmarzinho, Olair, Elísio e Luizinho também fizeram parte da campanha.

“Tínhamos um time excelente, tanto dentro quanto fora de campo. Todos se respeitavam e estávamos sempre juntos. Tivemos a oportunidade de começar a colocar o Atlético de novo em um patamar melhor no Campeonato Goiano, tanto que fomos campeões em 85, em 86 e 87 fomos vice e campeões de novo em 88”, recordou.

A rivalidade contra o Goiás

Além de jogos pegados dentro de campo, Atlético e Goiás também protagonizaram disputas fora do gramado. No jogo da 7ª rodada da fase final, Célio Gaúcho caiu no exame antidoping após ter utilizado um descongestionante nasal. Na ocasião, disputou apenas o primeiro tempo da vitória rubro-negra por 3 a 0, substituído por Luizinho no intervalo.

O ex-lateral explicou que “estava muito mal, mas fiquei no estádio. No final, me chamaram para fazer o exame. Não comuniquei nada ao Sussumo Taia, que era o nosso médico, que eu tinha usado esse descongestionante, e acusou”.

“Mas depois tudo foi provado, e conseguimos levantar o título dentro e fora de campo. Não pelo episódio, mas pela consciência de quem julgou e sabia que não tinha cabimento nenhum o Goiás querer tirar o título do Atlético por uma causa tão pequena”, ponderou.

Quatro décadas depois, Atlético e Goiás voltam a disputar mais uma decisão do Goianão. O primeiro jogo da final acontece hoje à tarde, às 16h, no estádio Antônio Accioly. De acordo com o ex-jogador, “clássico é difícil demais, às vezes o time que está pior vence. Isso acontece demais”.

“O Goiás está com uma equipe muito boa e terminou em primeiro lugar, tanto que vai fazer a segunda partida em casa. O Atlético, por sua vez, está se estruturando cada vez mais na competição. Mas não aponto ninguém para ser campeão. Eu, como torcedor do Atlético, espero que seja o Atlético, mas apontar favorito é difícil demais”, finalizou.

*Com informações do Futebol de Goyaz

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