Criado em 2007 com o objetivo de valorizar a cultura local e incentivar o empreendedorismo, o Festival Gastronômico de Taquaruçu celebra o regionalismo no Tocantins em suas diversas manifestações, com destaque para a gastronomia e cultura.
Neste ano, em sua 17ª edição, são 38 pratos apresentados ao público divididos nas categorias: comidinha salgada, prato salgado, prato doce, food truck, prato saúde e bem-estar e rota gastronômica. Em suas múltiplas apresentações, as comidas têm uma coisa em comum: o sabor essencialmente tocantinense.
Os ingredientes utilizados na composição dos pratos estão enraizados na história e cultura do Tocantins, até mesmo antes do estado ser criado na constituição de 1988. O antigo norte de Goiás já carregava consigo a tradição do manejo e consumo de frutos do cerrado, como o pequi, buriti e murici e de peixes comuns dos rios Araguaia e Tocantins como o Pirarucu e o Tucunaré.
Segundo o antropólogo Márcio Santos, do Ministério Público Federal do Tocantins, na perspectiva das ciências sociais, quando falamos em alimentação e gastronomia não estamos nos referindo apenas a quantidades nutricionais e calóricas necessárias à vitalidade do corpo – aquilo que é considerado comida em cada sociedade é determinado por uma escolha culturalmente orientada.
“Os alimentos podem ser sagrados, estão presentes em rituais dos mais diversos, desde casamentos até velórios, e definem e são definidores das identidades de quem os produz e consome. Quem nunca ouviu falar do “churrasco gaúcho”, do “pão de queijo mineiro” e do “açaí paraense”, só para ficarmos em alguns exemplos”, explicou.
Dentro deste contexto cultural e tradicional, conforme esclarece o antropólogo, define-se também o que deve ser ingerido, quando pode ser ingerido, o que é proibido, como se come (cru, cozido) e as técnicas de preparo e de conservação. Com isso, é possível dizer que cada pessoa se alimenta de acordo com a sociedade a que pertence e ao grupo do qual faz parte.
Culinária tocantinense
Desde o preparo do chambari, que em outras regiões brasileiras apresenta uma técnica similar de corte chamada ossobuco, às variações do uso doce e salgado dos frutos do cerrado, o Tocantins tem uma culinária multiforme, com sabores fortes e temperos diferenciados. Além dos elementos naturais e regionais, a essa gastronomia foi adicionada a cultura daqueles que escolheram essa terrra pra chamar de sua e contribuíram para a criação e o desenvolvimento do estado.
“O que chamamos de ‘culinária tocantinense’ é o resultado das influências combinadas dos povos indígenas, evidente no uso de peixes, do milho e da mandioca, dos africanos, com as paçocas, farofas e alguns preparos de carne etc, e dos portugueses – doces, biscoitos, bolos, frituras, atravessadas e misturadas com as técnicas e preparos desenvolvidos pelos migrantes de diversas regiões do Brasil que vieram para cá nas últimas décadas”, reforçou.
Gastronomia
A 17ª edição do Festival Gastronômico de Taquaruçu acontece entre oss dias 6 e 10 de setembro. Realizado no distrito de Taquaruçu, distante a 32km de Palmas, o Festival Gastronômico reúne de chefs de cozinha a entusiastas da gastronomia. O processo seletivo é feito pela Prefeitura de Palmas e conta com uma pré-seleção para avaliar os pratos que serão comercializados no festival. Na etapa inicial foram apresentados 159 pratos, dos quais 38 foram selecionados.
O concurso premia seis categorias e o vencedor de cada uma delas levará R$ 10 mil. As receitas devem conter, obrigatoriamente, pelo menos um ingrediente regional. Entre os itens que avaliados estão a cor, sabor, aroma, originalidade e criatividade. Além da comercialização de pratos típicos, o Festival conta com shows nacionais e regionais em todos os dias de evento.
*Este conteúdo está alinhado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) ODS 11 – Cidades e comunidades sustentáveis.
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