O Pacto Global da ONU Brasil avaliou o engajamento das empresas brasileiras para minimizar o risco de crise hídrica no país. A análise partiu do Monitora ODS, iniciativa do Observatório 2030 para auxiliar o setor empresarial em temas como água, clima, corrupção, gênero, governança e salário digno.

O Monitora ODS acendeu o alerta vermelho para o setor empresarial brasileiro. Os dados divulgados primeiramente pelo portal Um só Planeta mostram que as empresas brasileiras têm engajamento baixo quando o tema é a escassez hídrica. Mas é considerado um dado alarmante, dada a importância da água para a economia e a dependência do setor produtivo desse recurso natural finito. 

O portal elenca os prejuízos que crises hídricas decorrentes de desastres já causaram ao país de 1991 a 2022: prejuízo de R$ 11 bilhões para as indústrias; falta de energia, risco de desabastecimento e a interrupção da produção de forma geral.

Dados da avaliação

A avaliação do Monitora ODS identificou as ações de 109 empresas que estão na lista de organizações com boas ações sustentáveis listadas na B3, a bolsa de valores brasileira. Assim, das 109 empresas, apenas 16 avaliam o risco hídrico na quantidade e qualidade do serviço prestado.

As 16 empresas representam um percentual de 15,38%, todas elas ligadas a serviços considerados essenciais: fornecimento de água, energia elétrica, alimentos, consumo,  papel, celulose e madeira. No entanto, o Monitora ODS observou que o engajamento também é baixo na cadeia de valor.

Isso significa que as empresas que contratam um fornecedor também não avaliam o uso racional da água, com apenas 14,54% delas tendo algum tipo de análise dessa prática.

Lista da B3

A bolsa de valores brasileira, a B3, lista um Índice de Sustentabilidade Empresarial de empresas com boas ações de produção sustentável. Então, o ranking da B3 segue o padrão internacional do Global Reporting Initiative (GRI) para reconhecer o compromisso com a sustentabilidade. 

A existência de rankings como o da B3 corrobora com a análise do Monitora ODS de que “o discurso de combate às mudanças do clima está presente no setor empresarial”.

O estudo cita a presença de apenas seis empresas em iniciativas para combater os problemas ambientais: Grupo Natura, Lojas Renner, Klabin, Marfrig e CBA Alumínio. Essas companhias possuem algum tipo de programa próprio aprovado pela Science-Based Targets Initiative (SBTi), que auxilia empresas em projetos sobre emissões de gases.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 16 – Paz, justiça e instituições eficazes.

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