O goiano Amarildo Gonçalves se tornou um executivo de sucesso do sistema financeiro e dono de um dos maiores banco genéticos de gado leiteiro da América Latina. Mas antes de alcançar voos tão altos, o pecuarista precisou superar grandes desafios. É essa trajetória que ele conta no livro “Mestre das Conquistas” lançado na última quinta-feira (1).

O evento foi acompanhado por José Carlos Lopes que, no Sistema Sagres de Comunicação, também abordou outros temas importantes com o idealizador da Estância Tamburil. Entre eles, os cuidados do empresariado com o meio ambiente, a inclusão do jovem no mercado de trabalho e o esporte como meio para educação.

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Confira, na íntegra, o bate-papo do jornalista José Carlos Lopes com Amarildo Gonçalves:

Meio ambiente: qual o caminho para o desenvolvimento sustentável? Você como pecuarista, qual a contribuição que pode dar?

Amarildo: “Acho que meio ambiente é educação, ele está muito ligado à educação. Na minha fazenda, por exemplo, tenho um trabalho onde oriento meus funcionários no sentido de não atacar o meio ambiente. Só para você ter uma noção, nós temos lá chorumeira e outras coisas porque simplesmente nós fazemos um trabalho para não poluir os rios e as nascentes e não destruir, mas proteger. Existe também uma educação tanto do próprio dono quanto dos funcionários”.

A educação em si, o que governo pode fazer e qual é o papel do empresário na educação brasileira?

Amarildo: “Acho que o empresário tem que participar, sim. Estamos vendo aí através da COP27 (27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas) que tivemos recentemente. O mundo inteiro preocupado com a questão do clima e do meio ambiente. Então, o problema não é só nosso, é mundial. Também é preciso conscientizar o pequeno proprietário porque o pequeno proprietário de fazenda, do comércio, acha que isso não afeta, mas é o somatório de todos esses produtores e empresários fazendo a coisas erradas que está estragando a natureza hoje. Estamos vendo o Rio Meia Ponte totalmente danificado, acabaram com as nascentes do Meia Ponte e dos rios, isso é a ganância do homem. Então, precisamos conter a ganância do homem, precisamos orientar melhor porque, às vezes, o homem faz sem saber que está errado. Precisamos de orientação”.

O mundo está em crise, o que fazer para resolvê-la?

Amarildo: “O problema da crise mundial é em função da alimentação. Boa parte da população está passando fome e nós precisamos resolver esse problema. As grandes potências têm que entender que não é só eles que tem que ganhar, mas eles precisam contribuir com os países com menor econômico para diminuir essa fome. Não adianta, as desigualdades social e financeira que estão destruindo esse mundo nosso. Uns com muito e outros com muito pouco”.

Como inserir o jovem no mercado de trabalho?

Amarildo: “Acredito que é preciso fazer uma política para o jovem começar mais cedo no mercado de trabalho. Eu, por exemplo, comecei muito novo no trabalho. Sou contra o menor trabalhar muito jovem, mas acho que tem que existir uma política porque o jovem hoje no Brasil começa a trabalhar quando termina a faculdade e, assim, o ‘camarada’ vai estar despreparado para o trabalho. Acho que fica muito tempo sem trabalhar, metade da vida do jovem hoje está ociosa. Nós temos uma preocupação com juventude ‘nem-nem’, que nem estuda e nem trabalha, essa é a que mais preocupa e deve preocupar principalmente os nossos políticos brasileiros”.

Como o esporte pode mudar a vida das pessoas?

Amarildo: “O esporte é fundamental. Ele mudou muito a minha vida. Nunca me envolvi com droga porque sempre optei em ser jogador de futebol; nunca me envolvi com bebida alcóolica porque sabia que se eu bebesse não poderia jogar. Então, acho que o esporte pode, sim, influenciar muito, ele é um dos principais meios da educação e mais baratos de se formar cidadão. Se os políticos soubessem que através do esporte você forma cidadão com o custo muito baixo, nós não teríamos o tanto de presídio que temos hoje no Brasil”.

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