Os cortes de verba no Ministério da Educação (MEC) que causaram a revolta de pesquisadores, em contexto de desestímulo à ciência, e a votação para aumentar o número de vereadores na Câmara Municipal de Goiânia são os temas da edição #213 PodFalar. O primeiro podcast de política de Goiás tem apresentação e comentários da jornalista Laila Melo e dos jornalistas Samuel Straioto e Rubens Salomão.

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Estudantes de pós-graduação realizaram protestos pelo país contra os cortes do governo federal que afetam o pagamento de bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Os manifestantes se reuniram em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, no centro da capital. O ato #PagueMinhaBolsa foi organizado pela Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) e chegou a ocupar uma faixa da Avenida, sem paralisar o tráfego.

Em Goiás, os atos foram concentrados em Goiânia. Primeiro no campus da Universidade Federal de Goiás (UFG), na Vila Itatiaia, e depois, com protesto na Praça Universitária.

O PodFalar apresenta palavras de ordem ditas durante os protestos da Associação de Pós-graduandos (APG) da UFG. Depois, trecho de entrevista concedida pelo presidente da APG, Leonardo Alves, à Rádio Difusora. Também uma estudante que infelizmente não foi identificada em postagem do Centro Acadêmico de Jornalismo da UFG. Ela tomou a frente em visita dos manifestantes a uma das salas de aula da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC).

Depois dos protestos e do barulho, o governo federal reagiu. O ministro da Educação, Victor Godoy, garantiu que ao menos parte das bolsas será paga até a próxima terça-feira (13). O mesmo ministro dizia, em outubro, que os cortes feitos há dois meses seriam todos resolvidos em dezembro, quando novos bloqueios chegaram.

Pela rede social Twitter, o ministro da Educação foi mais direto: “Liberação financeira – Informo que, em articulação com órgãos do Governo Federal, Ministério da Economia e Casa Civil, garantimos a liberação financeira de R$ 460 milhões para despesas discricionárias da educação. Ressalto, ainda, que, desse valor, já foram viabilizados R$ 300 milhões para o repasse de recursos às entidades do MEC, destacando-se o pagamento de 100% da bolsa assistência estudantil, bolsas PET, bolsa permanência Prouni, entre outros. Quanto às bolsas da Capes, o pagamento está garantido e acontecerá até próxima terça-feira, 13 de dezembro.”

Votação fantasma

Sem citar em qualquer momento uma explicação mínima sobre o que estava em pauta, os vereadores de Goiânia aprovaram em primeira votação projeto de Emenda à Lei Orgânica do Município que cria quatro novas cadeiras na Câmara de Goiânia, aumentando as vagas de 35 para 39. Atualmente, a estrutura de pessoal de cada um dos gabinetes custa R$ 112,7 mil e a mudança deve custar aproximadamente R$ 450 mil por mês.

A matéria começou a tramitar na Câmara no ano passado, mas não foi votada na época, depois de polêmica envolvendo as assinaturas dos vereadores que respaldaram o projeto inicialmente. Das 13 rubricas que apareciam na matéria, cinco não foram identificadas nem mesmo pela diretoria da Casa. Diante disso, não era possível confirmar a lista completa de vereadores que assinaram o documento.

No dia 23 de dezembro de 2021, em meio ao imbróglio das assinaturas, o presidente da Casa, Romário Policarpo (Patriota), disse que a matéria não seria votada porque, em sua visão, não havia sido debatida o suficiente.

Agora, a Câmara alega em nota que o problema relacionado às assinaturas dos vereadores foi sanado com a coleta de 19 novas assinaturas pela Comissão Mista, onde a matéria estava parada desde o ano passado, para a inclusão e inversão da pauta em plenário.

Este episódio teve áudios do Sistema Sagres, da TV Cultura, da Associação de Pós-graduandos da UFG, da Rádio Difusora, Rádio Nova Brasil, das redes sociais e da Câmara Municipal de Goiânia.

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