O transporte coletivo da Região Metropolitana de Goiânia registrou em maio média de 172.284 validações de sitpass nos dias úteis; 84.838, aos sábados e 36.548, aos domingos. Isso significa que a redução média de passageiros em dias uteis no mês passado foi de 66,9% em relação ao registrado em 9 de março, último dia útil antes do início do isolamento social em Goiás, quando foram realizadas 521.689 mil validações de passagens. Esses dados da Companhia Municipal de Transporte Público (CMTC) revelam apenas o transporte não se retornou à normalidade entre demais indicadores de movimentação social.

Nesta terça-feira (2), a Secretaria Municipal de Trânsito (SMT) revelou à Sagres 730 que o trânsito em Goiânia no fim de maio já era 90% do verificado antes do isolamento, apesar das escolas e dos shopping centers, que provocam boa parte do tráfego, ainda não ter voltado ao normal. Dados da empresa In Loco, que apura a movimentação da população por meio de informações de celulares, também já revelaram que a taxa de isolamento social em Goiás é a mais baixa de todo o país.

Segundo a SMT, o movimento do tráfego na primeira semana da pandemia do novo coronavírus chegou a diminuir mais de 60%. O índice de isolamento social medido pela empresa In Loco também foi superior a 60% em março. Na mesma época, o menor registro de passageiros no transporte coletivo foi de 77 mil em um dia útil. Aos poucos esses dados foram aumentando.

Nesta semana o trânsito mantém redução de apenas 10% e o índice de isolamento voltou aos níveis de fevereiro, antes da pandemia. De acordo com o Painel Covid-19 da Secretaria Estadual de Saúde (SES), o índice de isolamento nesta segunda-feira (1º) foi de apenas 36,3%. Com isso, Goiás ficou em penúltimo lugar no ranking nacional de isolamento, perdendo apenas para o Tocantins, que ontem registrou índice de 35,38%.

Também nesta segunda, o transporte registrou leve aumento de público: foram cerca de 180 mil validações, contra 177.800 na sexta-feira (29). Essa oscilação coincide com o retorno das atividades nas imobiliárias, dos mercados centrais (à exceção dos camelódromos) e dos treinos de futebol, autorizado por decreto do prefeito Iris Rezende na semana passada.

Apesar da redução acentuada de passageiros, persistem as aglomerações nos terminais de ônibus. As empresas de transporte reduziram a frota de veículos, alegando prejuízos operacionais. A Defensoria Pública do Estado conseguiu uma liminar na Justiça estadual determinando o retorno de toda a frota às ruas. No entanto, as empresas conseguiram outra decisão judicial que a desobrigou do cumprimento dessa determinação. A prefeitura então baixou decretos escalonando os horário de funcionamento das atividades econômicas para reduzir a aglomeração em horários de pico, o que ainda não aconteceu.

Enquanto isso, permanece sem solução o impasse sobre a crise financeira das empresas. A liminar da Justiça determinou que a CMTC elaborasse um plano emergencial para cobrir o déficit, mas não houve acordo entre o Estado e as prefeituras que compõem a rede de transporte da região metropolitana sobre o repasse de recursos públicos para esse plano. A prefeitura de Goiânia recorreu ao Supremo Tribunal Federal e obteve liminar suspendendo a execução do plano. Agora o Sindicato das Empresas de Transporte (SET) aguarda decisão da justiça na sua ação e também a negociação com a Goiás Fomento de uma linha de crédito para as empresas financiarem o déficit, que, pelos cálculos do plano emergencial, é de R$ 23,5 milhões.