A prefeitura de Goiânia prepara a venda da Folha de Pagamento do funcionalismo público desde fevereiro, quando optou por prorrogar o contrato atual com a Caixa Econômica Federal para ouvir propostas. Em entrevista à Sagres, o secretário Municipal de Governo, Arthur Bernardes, detalhou que duas propostas chegaram ao Paço, uma da Caixa, de R$ 100 milhões, e outra, de maneira verbal, do Banco do Brasil, no valor de R$ 110 milhões, mas parcelado.

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“Nós acreditamos que a folha vale muito mais do que isso. Se é verdade ou não, nós só saberemos quando for licitado, quando abrir para o mercado. Mas os exemplos que a gente tem pelo Brasil indicam que podemos sim ter um grande sucesso”.

Ouça a entrevista completa:

Para confirmar a avaliação de que a folha de pagamento vale mais, o Paço Municipal contratou, por R$ 49 mil, a empresa Instituto Brasileiro de Tecnologia, Empreendedorismo e Gestão – BR TEC. A empresa será responsável por realizar serviços de pesquisa e desenvolvimento de projeto, com o objetivo de promover a avaliação econômico-financeira da folha dos funcionários e servidores ativos, inativos, pensionistas, crédito consignado em folha de pagamento, pagamento de fornecedores e arrecadação das receitas diversas da Prefeitura.

Além dos R$ 49 mil, a BR TEC também receberá R$ 0,13 para cada real vendido acima de R$ 100 milhões, ou seja, 13% do valor. Por exemplo, caso a folha seja vendida por R$ 110 milhões, a BR TEC deve receber R$ 1,3 milhão. Vale ressaltar que o valor repassado para a instituição está limitado a R$ 10 milhões.

“O fato é que a gente precisa efetivamente oportunizar ao mercado a participação nisso, porque interessa ao cidadão goianiense. Interessa a gente conseguir arrecadar o máximo possível. Então se a Caixa ofereceu R$ 100 milhões e a gente tem a oportunidade de receber R$ 150, 200 milhões, a gente precisa fazer isso, até para saber quanto vale a nossa folha”.

Cidade inteligente

O secretário Municipal de Governo detalhou que a prefeitura está atrasada em algumas questões da modernização da cidade, mas isso porque falta, por exemplo, um Sistema Eletrônico de Informações (SEI). “O processo ainda é físico e isso atrapalha muito, porque quando o procedimento é eletrônico e precisa do parecer de três órgãos, você manda para todos de uma vez, que em seguida respondem. Agora, com o físico é necessário enviar para um, depois para outro e com isso a gente perde muito tempo e tem menos segurança, porque o processo pode sumir ou ser extraviado”.

O objetivo da prefeitura e disponibilizar de forma eletrônica todos os serviços possíveis, para facilitar e agilizar a vida do cidadão, que poderá resolver algo sem sair de casa ou do trabalho. Além disso, há uma intenção de investir em monitoramentos por câmeras, reconhecimento facial, também nas escolas públicas, em telemedicina e na mobilidade, com o lançamento de aplicativos.

“Então nós estamos ampliando muito o Parque Tecnológico com a compra de computadores, data centers, servidores, porque a partir daí a gente consegue montar o resto. Imagina, nós vamos colocar câmeras pela cidade, então nós precisamos ter um servidor para guardar, precisamos ter uma capacidade de processamento muito grande”, detalhou Arthur Bernardes, que ainda destacou que uma cidade inteligente dá “outra roupagem para a forma como serviço público é prestado“.

Plano Diretor

O Secretário municipal de Governo, Arthur Bernardes, declarou que não demorará muito para o Plano Diretor ser aprovado. Com o término dos trabalhos por parte da Comissão e o encaminhamento para a Casa Civil, o secretário prevê o diálogo com os vereadores e a sociedade civil para finalizar a questão.

“Uma última conversa com nossos parlamentares para entender se a proposta atende as expectativas que eles têm para a cidade, então a gente está na espera que eles voltem do recesso parlamentar para que a gente retome o debate de todos, com a sociedade em geral. A gente quer evitar um processo que vai e volta”, encerrou.

Assista a entrevista no Sagres Sinal Aberto: