A Galeria da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás (UFG) exibe até o próximo dia 30 de junho a exposição “Sementes Sertanejas”. A ação reúne obras de quinze artistas residentes, estagiárias e colaboradores do Sertão Negro Ateliê e Escola de Artes.

A exposição “Sementes Sertanejas” apresenta obras, estudos e processos de criação que imaginam outros mundos possíveis. Ademais, pintam identidades apagadas, falam sobre corpos violentados, pensam a história a partir do cotidiano e da ancestralidade de matriz africana. Também questionam a hegemonia cisheterossexual, costuram o feminino e os sonhos, propõem outras masculinidades, falam das potências políticas dos afetos e, portanto, das relações sociais.

Sertão Negro

Sob idealização do artista visual Dalton Paula, egresso do curso de Artes Visuais da UFG, o Sertão Negro Ateliê e Escola de Artes foi criado em 2021. Em 2022, iniciou efetivamente suas atividades, que incluem residências artísticas, aulas de capoeira, cerâmica, gravura e sessões do Cineclube Maria Grampinho. Além disso, promove eventos que destacam a cultura bem como a tradição afro-brasileira.

“O ateliê oferece aulas de capoeira, cerâmica, gravura e, pensando em um espaço não formal de educação, o ateliê tenta fazer essa ponte entre as instituições. Além disso, tem parceria de estágio com a UFG”, relata o artista visual e designer, Genor Sales, em entrevista à Sagres durante o seminário do Neabi.

Localizado no Setor Shangry-la, na região norte de Goiânia, o ateliê e escola constitui-se em uma ação artística no contexto da arte contemporânea brasileira. O espaço, contudo, também possui uma biblioteca para pesquisa.

“Nossa biblioteca possui um recorte racial e de gênero, que dificilmente se vê inclusive na universidade, e que também é aberta à comunidade para pesquisa e estudo”, reforça Sales.

Ampliação

O designer e artistas visual do ateliê Sertão Negro, Genor Sales, se apresentou no I Seminário do Neabi da Secretaria Municipal de Educação na última semana (Foto: Johann Germano)

É neste espaço de pertencimento [ateliê] que tais artistas, de diferentes estados brasileiros e também de Honduras, compartilham o cotidiano e os vínculos.

A partir destes, cultivam-se novas narrativas e poéticas. Segundo Genor Sales, três novos chalés estão sendo construídos para ampliar a capacidade de acolhimento dos artistas no ateliê.

Genor Sales é autor da pesquisa cujo título é “Peixe Fora d’água”. “Nela, trato da subjetividade de um corpo periférico que começa a sair desse lugar e vai transitar pela cidade e por outros lugares, e vai trazer essas questões sociais e raciais através da aquarela, da gravura, do objeto e de instalação também”, descreve o artista visual do ateliê.

O ateliê Sertão Negro é aberto à comunidade, de segunda a sexta, das 8h às 18h. As visitas, entretanto, ocorrem, preferencialmente, das 14h às 18h. Nesse sentido, é possível agendar via e-mail [email protected] ou pelo perfil no Instagram @sertao_negro.

*Este conteúdo contempla os Objetivos de Desevolvimento Sustentável (ODS) 05 e 17 da Agenda 2030 da ONU – Redução das desigualdades e Parcerias e meio de implementação, respectivamente.

*Com informações da UFG

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