Sagres em OFF
Rubens Salomão

Ibama permite expansão da Petrobras para litoral do Rio Grande do Norte

O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, assinou nesta segunda-feira (2) renovação da licença ambiental para a perfuração de dois poços petrolíferos no litoral do Rio Grande do Norte. Os poços da Petrobras ficam na bacia Potiguar, uma das cinco que compõem a margem equatorial, principal aposta da estatal para renovar suas reservas de petróleo após o esgotamento do pré-sal, no litoral da região Sudeste.

O anúncio do Ibama foi feito dois dias depois de comunicados da Petrobras e do Ministério de Minas e Energia (MME) antecipando a decisão, o que gerou críticas na área ambiental do governo sobre a pressão do setor de petróleo para a exploração da área. A licença assinada nesta segunda, porém, não indica redução das resistências à atividade em áreas mais sensíveis da margem equatorial, como as bacias da Foz do Amazonas e de Barreirinhas. A Petrobras também pede licença para perfuração de poços nesses locais.

A bacia do Rio Grande do Norte já tem atividade petrolífera tanto em terra como em águas mais rasas, o que facilita o pedido de licença. Para obter autorização, a Petrobras realizou um simulado de emergência para ajustar a infraestrutura de socorro em caso de vazamentos. O simulado teve aprovação pelo Ibama, mas a licença traz ainda algumas determinações à estatal, como adequações no programa de resgate e soltura de espécies aquáticas como o peixe-boi. A licença proíbe também poços ou lançamento de âncoras sobre estruturas de corais.

rio grande do norte petrobras ibama
Parte do Polo Potiuguar, no Rio Grande do Norte, privatizado pela Petrobras em junho de 2023. (Crédito: Ascom/Sindpetro)

Rio Grande do Norte

A Petrobras espera iniciar ainda em outubro o primeiro dos dois poços programados para a bacia Potiguar. Os poços têm o objetivo de avaliar uma descoberta de petróleo feita em 2013 e batizada de Pitu. O primeiro terá perfuração a 52 quilômetros da costa.

Processo

A licença causou comemoração da área energética do governo, que vem pressionando a área ambiental a liberar a atividade petrolífera na margem equatorial. O MME divulgou nota ainda na sexta (29) à noite, celebrando a possibilidade de “gerar mais recursos para o fundo social, para saúde e educação”.

Petrobras

Em nota divulgada nesta segunda, o presidente da estatal, Jean Paul Prates, disse estar muito otimista e entusiasmado com a retomada da exploração da área na margem equatorial do Rio Grande do Norte.

“Avanço”

“A margem equatorial brasileira apresenta expressivo potencial petrolífero e será fundamental para o futuro da companhia, garantindo a oferta de petróleo necessária para o desenvolvimento do país e financiamento da transição energética”, afirmou.

Preparação

A empresa defende que “está preparada para atuar na região com os mais rigorosos padrões de segurança e planos de resposta para situações de emergência”. Aponta ainda que tem quatro centros de defesa ambiental na margem equatorial.

Nada a ver

O processo desta segunda não tem qualquer relação com os outros dois pedidos de licença ambiental da Petrobras para a região. Depois de dois pareceres negativos do órgão ambiental. Entre eles, está o bloco 59 da bacia da Foz do Amazonas, que fica em frente ao litoral do Amapá.

Avaliação

O Ministério do Meio Ambiente defende que a bacia deveria passar por uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar. A avaliação seria necessária por ser uma área ainda inexplorada e de elevada sensibilidade ambiental. Só depois haveria a concessão de licenças para exploração de petróleo.

Pedidos

A Petrobras pede também para perfurar poços na bacia de Barreirinhas. O local fica em frente ao Maranhão e ao Pará, também uma região ainda sem atividade petrolífera. Em parecer de 2021, o Ibama concluiu pela inviabilidade da exploração de petróleo na área.

Leia mais da Sagres Em OFF:

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 12  Consumo e Produção Responsável; ODS 13  Ação Global Contra a Mudança Climática; ODS 15 – Vida Terrestre; e ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Fortes.

Mais lidas:

Leia também: