Há alguns anos o professor Thiago Rocha e alguns estudantes criaram um perfil para o Laboratório de Biotecnologia Ambiental e Ecotoxicologia (LaBAE-UFG) para a divulgação científica de pesquisas desenvolvidas na universidade. A partir dele, o docente sentiu a necessidade de produzir conteúdos de forma mais descontraída para os estudantes da pós-graduação e, desde então, ele fala sobre ciência com bom humor nas redes sociais.

“Em novembro de 2022 eu criei o perfil para a pós-graduação de um modo mais descontraído por meio do humor, falando de redação científica e o dia a dia do pesquisador”, contou o docente.

O perfil do professor foi criado de forma intencional. Thiago Rocha graduado em Ciências Biológicas, é mestre em Biologia e doutor em Ciências do Mar, da Terra e do Ambiente. Atualmente, ele leciona no curso de Biotecnologia e é orientador de três Programas de Pós-Graduação da UFG. Além disso, ele é bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq e coordena o LaBAE-UFG.

Portanto, ele conhece bem o dia a dia de um pesquisador em laboratório e os desafios dos estudantes para escrever artigos científicos.

“Humor é coisa séria”

O perfil do professor Thiago é voltado para todos os estudantes da graduação e pós-graduação, independente da área de conhecimento. “Nós falamos de ciência de modo geral para a pós-graduação. A questão é científica, então ela permeia todas as áreas”, explicou. A escolha do humor para o conteúdo das redes torna leve temas complexos da vida dos estudantes.

“O humor é coisa séria, no sentido que eu consigo abordar temas complexos e difíceis. Ao mesmo tempo, eu consigo estabelecer conexão e interação com o público. Então foi uma estratégia muito positiva de abordar a pós-graduação, a universidade e a ciência por meio do humor com as redes sociais”, contou Thiago.

O perfil do professor Thiago Rocha tem mais de 8 mil seguidores no Instagram. Por lá, então, o docente leva humor para o dia a dia da vida acadêmica e ensina redação científica sem segredos para os estudantes. O conteúdo teve recepção positiva tanto dos estudantes quanto dos colegas da instituição.

Divulgação científica

Segundo Rocha, o que acontece no dia a dia no laboratório e nos programas de pós-graduação reflete a produção de conteúdo do perfil. “Eu observo alguma situação da universidade que é uma oportunidade para criar um conteúdo”, contou. Mas esse conteúdo vai além dos estudantes da UFG e chegam também à sociedade.

“As redes sociais hoje são uma estratégia de comunicação com a sociedade de um modo geral, principalmente com o público mais jovem, um público também interessado em pesquisa, em pós-graduação, mas atinge um público de todas as idades”, disse.

As universidades federais realizam programas de extensão universitária para que o conteúdo produzido e os seus serviços cheguem ao conhecimento da sociedade em geral. Muitas vezes, as instituições esbarram em como fazer esse conhecimento chegar às pessoas e como elas podem se interessar por ele no dia a dia. O humor para o professor Thiago é uma estratégia eficaz para atingir esse objetivo.

“O humor foi uma estratégia selecionada para discutirmos temas complexos. Ele permite essa aproximação do público, chama a atenção e permite a discussão de questões complicadas, por exemplo, a questão da saúde mental, essa relação estudante e orientador. Mas nós conseguimos abordar de forma mais descontraída”, afirmou.

Em frente nas redes

Hoje em dia uma grande parte das pessoas consomem conteúdos pelas redes sociais, mas a fonte de algumas informações repassadas têm sido questionadas e isso despertou a atenção das autoridades brasileiras. Um dos exemplos mais presentes no dia a dia da população é a campanha anual de vacinação do Programa Nacional de Imunizações.

Com o crescimento do perfil, Thiago quer continuar produzindo conteúdo científico, aumentar o seu engajamento nas redes sociais e inspirar outros professores universitários nessa estratégia de comunicação com a população.

“Eu tenho como perspectiva junto à Pró-Reitoria de Pós-Graduação da UFG ofertar uma oficina sobre os primeiros passos nas redes sociais. A intenção é ter uma universidade com pesquisadores que divulguem ciência nas redes sociais, pois tenho colegas que já estão há anos na universidade e que não tem contato com as redes e eles já falaram que querem aprender”, contou.

Público diverso

Apesar do conteúdo produzido refletir o dia a dia de um pesquisador, Thiago já está atingindo diferentes níveis da sociedade. “Nós temos estudantes no ensino fundamental e ensino médio com curiosidades e algumas dúvidas sobre a universidade. Então eu recebo várias mensagens e sempre respondo, trago orientações gerais para esses estudantes” disse.

Assim, Thiago está conseguindo ampliar o universo do laboratório e fazer com que o conhecimento produzido na universidade chegue ao conhecimento das pessoas.  

“Nós temos um olhar cuidadoso com a divulgação científica, então várias pesquisas que são feitas na universidade conseguem atingir esse público amplo de modo mais geral, por exemplo, as pesquisas sobre microplásticos realizadas no meu grupo de pesquisa. Então nós utilizamos esse canal para divulgar esses resultados e formar recursos humanos, e isso é muito importante”, finalizou.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 04 – Educação de qualidade.

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