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Rubens Salomão

Ministro nega contradição entre nova transição ecológica e projetos do PAC

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, rejeitou nesta quarta-feira (16) que exista qualquer contradição no discurso ambiental do governo federal. A terceira gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aponta como possível marca a transição ecológica e energética, com busca prioritária por alternativas sustentáveis. Ao mesmo tempo, porém, o petista tem sido alvo de críticas por apoiar pesquisas para extração de petróleo na Foz do Amazonas.

Além disso, o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado na última semana, prevê projetos pautados pela sustentabilidade concomitantemente com amplo investimento em obras relacionados à exploração de petróleo e gás. “O nome já diz: transição ecológica. Estamos indo do ponto A para o ponto. Inclusive para financiar essa transição é preciso dinheiro, precisamos de recursos. Para retirarmos a emissão de carbono, você precisa de recursos. Não há contradição alguma”, respondeu o ministro a questionamento feito pela Sagres.

Rui Costa afirmou que o governo está empenhado em criar uma matriz energética sustentável, com base produtiva e industrial fundada em novas tecnologias. “Só para ter uma ideia: para você tirar ônibus a diesel e colocar, por exemplo, ônibus elétrico, o elétrico custa o dobro do ônibus a diesel. Se quer fazer metrô, um VLT, para transporte de massa e retirar a queima de gasolina, de diesel nas cidades, você tem que financiar essas obras e é preciso de recurso. Então, não há contradição nenhuma”, afirmou o ministro.

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Foto: Rui Costa no ‘Bom Dia, Ministro’, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). (Crédito: Joédson Alves/Agência Gov)

Contradição

Rui Costa ainda aponta que o governo Lula tem mantido claro o objetivo de alcançar a transição ecológica. “Você sinaliza aonde quer chegar e o que vai construir. E precisa de recursos para construir essa caminhada”, diz.

Construção

“O que vamos fazer é construir uma matriz energética toda sustentável, renovável. Uma base produtiva e industrial em novas tecnologias, com redução da queima e emissão de carbono. Evidente que é preciso financiar esse processo de transição”, argumenta.

CONTRADIÇÃO MINISTRO SAGRES

Educação

O ministro ainda aponta que incentivos para a Educação são parte importante da transição. “É preciso ter a instalação de milhares de escolas técnicas em tempo integral. Construção de creches, investimento em tecnologia, pesquisa. E se faz isso com a transição. Ou seja: sair de onde estamos para uma economia sustentável”.

Registro

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, criticou o discurso de Lula durante a abertura da Cúpula da Amazônia, realizada em Belém, no Pará. O colombiano insinuou que manter o discurso de transição energética e ao mesmo tempo defender exploração de petróleo na Amazônia é o “negacionismo” da esquerda.

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A declaração é um dos destaques em análise da última edição do podcast Sagres Internacional. Clique aqui e confira!

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*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 09 – Indústria, Inovação e Infraestrutura; ODS 12  Consumo e Produção Renováveis; ODS 13 – Ação Global Contra a Mudança Climática; ODS 15 – Vida Terrestre; e ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Fortes.

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